Nicolau Breyner
Morre aos 75 anos

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Seg, 14/03/2016 - 16:31

Nicolau Breyner morreu, esta segunda-feira, aos 75 anos. A informação foi avançada pela SIC Notícias.

Segundo as mais recentes informações, o ator terá morrido vítima de ataque cardíaco fulminante. Depois de faltar à sua escola, Nicolau Breyner Academia, foi encontrado morto em casa por volta das 15h00.

A vida

Depois da infância em Serpa, no seio de uma família de proprietários agrícolas, mudou-se para Lisboa com os pais. Estudou canto e integrou o coro da Juventude Musical Portuguesa, enquanto estudava no Liceu Camões. Frequentou a Faculdade de Direito, com a ambição de se tornar diplomata, mas depressa desistiu, optando por se diplomar no Conservatório Nacional, primeiro no curso de Canto e depois no de Teatro. A sua estreia como ator dá-se sob a direção de Ribeirinho, na peça “Leonor Telles”, de Marcelino Mesquita, levada à cena pelo Teatro Nacional Popular, que ocupava então o Teatro da Trindade. Seria no entanto pela interpretação de papéis cómicos, junto de Laura Alves, que se tornaria conhecido do grande público, revelando-se um dos mais bem sucedidos atores da sua geração.

Em 2005 regressou ao teatro para interpretar o monólogo “Esta Noite Choveu Prata”, de Pedro Bloch, produzido por Sérgio de Azevedo. Após o 25 de abril de 1974 concebeu o seu primeiro programa televisivo, “Nicolau no País das Maravilhas”, onde surge pela primeira vez a rábula do “Senhor Feliz e Senhor Contente”; aqui Nicolau lançaria um jovem alemão aspirante a humorista, Herman José. Em princípios da década de 1980 surge como ator e, simultaneamente, diretor de atores e co-autor do guião da primeira novela portuguesa, “Vila Faia” (1982). Segue-se a fundação da NBP Produções, hoje Plural Entertainment, a sua própria produtora de televisão, onde será administrador, produtor e realizador; atividades que fazem dele um verdadeiro precursor da indústria de ficção televisiva em Portugal. Sem deixar a representação, concebeu as sitcoms “Eu Show Nico” e “Euronico”; e participou como ator noutras tantas (“Gente Fina é Outra Coisa”; “Nico D’Obra”; “Reformado e Mal Pago”; “Santos da Casa”; “Aqui não Há Quem Viva”); além de diversas séries (“O Espelho dos Acácios”; “Verão Quente”; “Conde D’Abranhos”; “A Ferreirinha”; “João Semana”; “Quando os Lobos Uivam”; “Pedro e Inês”; “Equador”; “Morangos com Açúcar”; “Barcelona, Cidade Neutral”; “Família Açoreana”) e novelas (“Fúria de Viver”; “Vingança”; “Flor do Mar”; “Louco Amor”; “Jardins Proibidos”; “O Beijo do Escorpião”).

Ao longo da sua carreira somou quase 50 participações no cinema, em filmes de cineastas de diversas gerações, como Augusto Fraga, Perdigão Queiroga, Henrique Campos, José Ernesto de Souza, Herlander Peyroteo, Artur Semedo, Luís Galvão Teles, Fernando Lopes, Jorge Paixão da Costa, António Pedro Vasconcelos, Roberto Faenza, Joaquim Leitão, Leonel Vieira, Mário Barroso, João Botelho e Bille August. Uma das suas participações mais recentes é o filme “Comboio Noturno Para Lisboa”, adaptação do livro homónimo de Pascal Mercier, e que estreou em 2013. Pelas suas prestações no grande ecrã recebeu três Globos de Ouro para Melhor Ator, com “Kiss Me” (2004), “O Milagre Segundo Salomé” (2004) e “Os Imortais” (2003).

Primo da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen, Nicolau Breyner foi casado pela primeira vez com Mafalda Maria de Alpoim Vieira Barbosa, irmã de Carlos Barbosa, de quem se divorciou e de quem foi primeiro marido, de quem não teve filhos. Começou a namorar com a atriz Sofia Sá da Bandeira em 1993, tendo sido casados entre 1996 e 2001, de quem foi segundo marido e de quem se divorciou, também não deixando filhos. Viveu com Cláudia Fidalgo Ramos, filha do realizador e encenador Artur Ramos, mãe das suas duas filhas Mariana e Constança Fidalgo Ramos de Melo Breyner Lopes. Era casado, desde 24 de Junho de 2006, com Mafalda Gomes de Amorim Bessa, de quem era terceiro marido, e não tiveram filhos em conjunto. Morreu a 14 de março de 2016, aos 75 anos.

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